quinta-feira, 14 de julho de 2011

BINÔMIO: LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E MERCADO DE TRABALHO

Eu tive acesso há duas matérias envolvendo língua, durante esta semana. Ambas disponibilizadas no FLAB.

Nessas matérias tratava-se do intercâmbio que a Alemanha está fazendo com alunos do ensino médio brasileiro: os alunos frequentam a escola alemã, mas não tem direito de entrar no ensino superior deles. A segunda trata da necessidade de se aprender chinês-mandarim, em virtude do aumento de negócios com a China.

Para o governo alemão, este intercâmbio tem por objetivo divulgar e ensinar o alemão para os jovens brasileiros. Desconfiada, entro no site do Consulado alemão e em Tendências de Mercado, buscando por quais razões esse interesse poderia se justificar. Assim, bem rapidamente, vejo que:
"Delegações da Alemanha já fizeram quatro visitas ao país em 18 meses; País possui 1.200 empresas e gera 7% do PIB".

Para a matéria sobre o chinês, tenho que levar em conta o tipo de genêro de texto: propaganda, uma vez que é de autoria de uma escola de língua chinesa. Aqui, também, a questão do idioma na nova posição da China na economia global é destacado. Claro que ele iria puxar a brasa para sua sardinha.

Com isso, a dedução é rápida: mais uma vez o binômio educação-mercado (econômico e de trabalho, consequentemente) se reafirma. Qual o interesse da Alemanha em ensinar seu idioma para a nova geração brasileira? Qual a intenção de se dizer da importância do chinês para a nova economia dos BRICS? Para a primeira, preparar, possivelmente, uma nova geração de mão de obra qualificada que atuará nas empresas alemãs que, provavelmente, venham para o Brasil. Para a segunda, vender cursos de chinês.

Enfim, se seu estiver certa, abrem-se novas oportunidades de trabalho em que a língua é ponto nevrálgico, ou seja, investir em ensino de idiomas (o seu) é o primeiro passo na preparação de projetos de novos negócios.

Assim, destaco, novamente, a importância da aprendizagem de línguas pelas nossas crianças para, atender a uma das propostas educacionais da LDB/96: preparar para o mercado de trabalho. Isso é bom. Mas, seria melhor ainda se também construisse um senso crítico com relação a tudo isso. Língua como um instrumento de formação de pensamento crítico acerca da realidade vivida.

Podemos, assim, pensar como anda está questão do ensino de idiomas (inglês, alemão, chinês, francês etc) para a população carente que frequenta a escola pública, inserida em um mundo que se abre cada vez mais em termos econômicos? Esses jovens teriam uma chance para aproveitar essa situação que o neoliberalismo está ofertando? Estão(rão) à parte? Que exigências haverá quando estiverem ingressando no mercado de trabalho? Uma língua estrangeira, certamente, será uma delas!

E?

Certamente, este é um desafio (longe de ser vencido) pela escola brasileira!

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